O lugar da cultura e o papel da antropologia: uma balanço da contribuição de Manuela Carneiro da Cunha
DATA: 8 a 11 de novembro de 2010
LOCAL: UNESP Marília
08/11/2010
14:00 Recepção dos inscritos e de convidados / Atividades culturais
19:30 Abertura solene
20:00 Evento cultural
20:30 Conferência da professora Manuela Carneiro da Cunha (Universidade de Chicago) O Fundamento da Cultura. A contribuição da antropologia brasileira
09/11/2010 -
8:30
Mesa 1: A produção antropológica e seu contexto
As pesquisas e os estudos de Manuela Carneiro da Cunha marcaram profundamente a prática da Antropologia no Brasil e tiveram grande impacto tanto acadêmico como político. Sua obra abrange temas tais como história indígena, ciência tradicional e identidade étnica, de maneira que é lícito afirmar que sua produção antropológica tanto foi quanto é suscitada pela relevância política das temáticas que ela aborda. Assim como é igualmente pertinente afirmar que sua obra contribuiu para dar relevância a muitos dos temas objetos do seu interesse. Um impacto que, inclusive, vai além das fronteiras do ambiente acadêmico. São os casos, por exemplo, do lugar das sociedades indígenas na historiografia brasileira e dos direitos dos índios à terra, ou, mais recentemente, seus estudos sobre o conhecimento tradicional e os direitos intelectuais das sociedades indígenas e populações tradicionais.
O escopo da presente mesa é, precisamente, debater a produção acadêmica de Manuela Carneiro da Cunha, seja no que se refere aos contextos – intelectual, político - em que seus estudos foram e são produzidos, seja em relação às contribuições teóricas e políticas de seus trabalhos e aos diálogos intra e inter-disciplinares que permeiam sua produção antropológica mais especificamente no campo do método estrutural.
Participantes:
Mauro W. Barbosa de Almeida (Unicamp):
Verena Stolcke: (Universidade de Barcelona)
Ennio Candotti (UFES);
Rubem Ricúpero (MRE);
Verena Stolcke: (Universidade de Barcelona)
Ennio Candotti (UFES);
Rubem Ricúpero (MRE);
Coordenador: Antônio Mendes da Costa Braga (DSA Unesp)
Debatedor: Christina de Rezende Rubim (DSA Unesp)
Debatedor: Christina de Rezende Rubim (DSA Unesp)
14:30
Sessão de Comunicações
Sessão de Vídeo: Os Intérpretes do Brasil.
Sessão de Vídeo: Os Intérpretes do Brasil.
Debatedores: Isa Grinspun Ferraz (documentarista); Manuela Carneiro da Cunha; Célia Tolentino (Unesp-Marília).
20:00
Mesa 2: A Amazônia e o pensamento de Manuela Carneiro da Cunha
Esta mesa focaliza os interesses de investigação científica e a produção acadêmica de Manuela Carneiro da Cunha sobre os direitos dos povos indígenas que habitam a Amazônia e sobre a importância do conhecimento tradicional. Esses dois investimentos de pesquisa alargam a perspectiva da questão da diversidade cultural e da biodiversidade.
Esta mesa focaliza os interesses de investigação científica e a produção acadêmica de Manuela Carneiro da Cunha sobre os direitos dos povos indígenas que habitam a Amazônia e sobre a importância do conhecimento tradicional. Esses dois investimentos de pesquisa alargam a perspectiva da questão da diversidade cultural e da biodiversidade.
A reflexão de Manuela sobre diversificados sistemas de pensamento, presentes em situações de dominação colonial, fornece um aporte analítico para discussões mais complexas. Isto é verdade, sobretudo, em relação aos projetos de desenvolvimento econômico que põem em risco a diversidade do gênero humano e da flora e fauna amazônicas. Ao demonstrar vários pontos de vista sobre a floresta, seu trabalho oferece a possibilidade de entendimento sobre a pluralidade de perspectivas dos grupos humanos, suas práticas e seus discursos. A homenageada apresenta elementos para a tomada de consciência da alteridade e, com isso, contribui para efetivas condições de comunicação orientadas por avaliações políticas mais precisas.
Participantes:
Edilene Cofacci de Lima (UFParaná)
Deborah Lima (UFMG)
Els Lagrou (UFRJ)
Laure Emperaire (Instituto de Recherche pour le Developpement - Marcelle/França)
Deborah Lima (UFMG)
Els Lagrou (UFRJ)
Laure Emperaire (Instituto de Recherche pour le Developpement - Marcelle/França)
Coordenador: Edmundo Peggion (Unesp-Araraquara)
Debatedores: Eduardo Viveiros de Castro (Museu Nacional–RJ)
Debatedores: Eduardo Viveiros de Castro (Museu Nacional–RJ)
10/11/2010
8:30
Mesa 3: História dos povos indígenas
Os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de diferentes grupos étnicos, linguísticos e nações. A situação e a história destes povos é bem conhecida, marcada pelo extermínio, violência e escravização. Além disso, a catequização contribuiu para o desaparecimento de várias de suas crenças religiosas e tradições culturais. Muitas comunidades indígenas enfrentam hoje miséria, doenças, descaso das autoridades, discriminação e têm sua terra ameaçada pelo desmatamento, pela grande proporiedade agrícola e pelos projetos de grandes hidrelétricas. A antropologia, a participação de diferentes grupos sociais e a organização dos povos têm colocado a situação dos indígenas como problema nacional de primeira ordem e têm contribuído para uma nova conpreensão do papel e da importância desta diversidade para o país e para as futuras gerações de indígenas. Nesse sentido, a inigualável etno-diversidade do Brasil está em vias de preservação e recuperação pela organização e auto-consciência dos grupos indígenas de várias regiões, sobretudo na grarde região amazônica.
Mesa 3: História dos povos indígenas
Os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de diferentes grupos étnicos, linguísticos e nações. A situação e a história destes povos é bem conhecida, marcada pelo extermínio, violência e escravização. Além disso, a catequização contribuiu para o desaparecimento de várias de suas crenças religiosas e tradições culturais. Muitas comunidades indígenas enfrentam hoje miséria, doenças, descaso das autoridades, discriminação e têm sua terra ameaçada pelo desmatamento, pela grande proporiedade agrícola e pelos projetos de grandes hidrelétricas. A antropologia, a participação de diferentes grupos sociais e a organização dos povos têm colocado a situação dos indígenas como problema nacional de primeira ordem e têm contribuído para uma nova conpreensão do papel e da importância desta diversidade para o país e para as futuras gerações de indígenas. Nesse sentido, a inigualável etno-diversidade do Brasil está em vias de preservação e recuperação pela organização e auto-consciência dos grupos indígenas de várias regiões, sobretudo na grarde região amazônica.
Esta mesa pretende abordar aspectos da obra da antropolóloga Manuela Carneiro da Cunha principalmente em termos do seu compromisso com a dignidade e os saberes dos povos indígenas do país.
Participantes:
John Monteiro (Unicamp)
Nádia Farage (Unicamp)
Marta Rosa Amoroso (USP)
Charlotte de Castelnau-l’Estoile
Raimundo Nonato Pereira da Silva (UFAM);
Nádia Farage (Unicamp)
Marta Rosa Amoroso (USP)
Charlotte de Castelnau-l’Estoile
Raimundo Nonato Pereira da Silva (UFAM);
Coordenador: Bernadete Castro (Unesp-Rio Claro)
Debatedor: Graziele Acçolini (Unesp-Marília)
Debatedor: Graziele Acçolini (Unesp-Marília)
14:30
Sessão de Comunicações
Sessão de Vídeos Etnográficos
Sessão de Vídeos Etnográficos
20:00
Mesa 4: Negro e etnicidade
A compreensão da questão do negro exige mediação entre reflexões teóricas e contextualizações históricas, entre construções culturais e conflitos sociais. A história recente tem mostrado que o tema do negro e da etnicidade está na ordem do dia não apenas em termos de afirmação de identidades e de recuperação de tradições culturais, mas também em termos do contato entre antropologia e formação de uma nova consciência da pluralidade étnica do país.
A compreensão da questão do negro exige mediação entre reflexões teóricas e contextualizações históricas, entre construções culturais e conflitos sociais. A história recente tem mostrado que o tema do negro e da etnicidade está na ordem do dia não apenas em termos de afirmação de identidades e de recuperação de tradições culturais, mas também em termos do contato entre antropologia e formação de uma nova consciência da pluralidade étnica do país.
Esta mesa propõe-se a revisitar os diversos e importantes trabalhos da homenageada sobre a etnicidade e sua contribuição para a análise da situação das populações negras não somente no Brasil, mas, inclusive, na África: do papel da alforria na sociedade escravocrata brasileira à recriação da brasilidade em terras africanas por “negros estrangeiros”, além de outras reflexões acadêmicas e atuações políticas fundamentais de Manuela Carneiro da Cunha.
Participantes:
Beatriz Gois Dantas (UFSergipe)
João José Reis (UFBA)
Florência Ferrari (USP)
Omar Ribeiro Tomaz (Unicamp)
Beatriz Gois Dantas (UFSergipe)
João José Reis (UFBA)
Florência Ferrari (USP)
Omar Ribeiro Tomaz (Unicamp)
Coordenadores: Andreas Hofbauer (Unesp-Marília)
Debatedor: Vagner Gonçalves da Silva (USP)
Debatedor: Vagner Gonçalves da Silva (USP)
11/11/2010
Mesa 5: Antropologia e política
No texto “Antropologia e política” da autora Karina Kuschnir, pode-se ler o seguinte sobre as relações entre estes termos: "A abordagem da política pela antropologia pode ser definida de uma forma simples: explicar como os atores sociais compreendem e experimentam a política, isto é, como significam os objetos e as práticas relacionadas ao mundo da política.” Podemos dizer que no final dos anos 70 e quase toda a década de 80 foi possível observar o engajamento dos antropólogos neste projeto. O indigenismo, que sempre foi uma das inúmeras faces do Estado, passou a contar com militantes que se posicionaram contra o Estado. Ele começou a navegar nos barcos indígenas, partilhando por algum tempo com a vida indígena. Experimentou perspectivas culturais fundamentalmente distintas das nossas, em particular naquilo que nós chamamos de ação política. Neste contexto nasceram as pró-índios e ongs que dedicaram e ainda continuam dedicando boa parte das suas energias neste já longo diálogo com o pensamento indígena. A participação da Professora Manuela Carneiro da Cunha neste processo foi da mais extrema importância.
No texto “Antropologia e política” da autora Karina Kuschnir, pode-se ler o seguinte sobre as relações entre estes termos: "A abordagem da política pela antropologia pode ser definida de uma forma simples: explicar como os atores sociais compreendem e experimentam a política, isto é, como significam os objetos e as práticas relacionadas ao mundo da política.” Podemos dizer que no final dos anos 70 e quase toda a década de 80 foi possível observar o engajamento dos antropólogos neste projeto. O indigenismo, que sempre foi uma das inúmeras faces do Estado, passou a contar com militantes que se posicionaram contra o Estado. Ele começou a navegar nos barcos indígenas, partilhando por algum tempo com a vida indígena. Experimentou perspectivas culturais fundamentalmente distintas das nossas, em particular naquilo que nós chamamos de ação política. Neste contexto nasceram as pró-índios e ongs que dedicaram e ainda continuam dedicando boa parte das suas energias neste já longo diálogo com o pensamento indígena. A participação da Professora Manuela Carneiro da Cunha neste processo foi da mais extrema importância.
Neste sentido, esta mesa pretende resgatar um pouco deste experimento político que levou antropólogos e indígenas a navegarem juntos num percurso cujo primeiro resultado foi ampliar a resistência contra uma ditadura etnocêntrica.
Participantes:
Paulo Santilli (Unesp-Araraquara)
Sônia Magalhães (UFPA)
Maria Rosário Carvalho (UFBA)
Gaziela Santana (UNESCO)
Paulo Santilli (Unesp-Araraquara)
Sônia Magalhães (UFPA)
Maria Rosário Carvalho (UFBA)
Gaziela Santana (UNESCO)
Coordenador: Sérgio Augusto Domingues (Unesp-Marília)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (USP)
MAIORES INFORMAÇÕES:
Sítio da Jornada: http://www.jornadadecienciassociais.info/
Sítio do Departamento de Sociologia e Antropologia (DSA) da UNESP/Marília: http://www.marilia.unesp.br/index.php?CodigoMenu=6097&CodigoOpcao=6097&Opcao=4540
Twitter: http://twitter.com/#!/XIIJornada
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