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domingo, 10 de outubro de 2010

PANORAMA

O futuro do trabalho
Pesquisas apontam tendências que moldarão novas profissões até 2030
Alexandre Jubran



BRUNA MARTINS FONTES

EDITORA-ASSISTENTE DE SUPLEMENTOS 
Conforme os avanços científicos e tecnológicos -desde o mapa do genoma até as redes sociais- se aproximam do nosso cotidiano, o mercado de trabalho também vislumbra evoluções.


Algumas ocupações são criadas, e outras ganham novos contornos, o que exige dos profissionais especialização em temas de ponta.
Para refletir sobre quais são as profissões que podem surgir até 2030 e como as que já existem serão influenciadas por descobertas e mudanças que se avizinham, a Folha avaliou pesquisas globais e brasileiras, que foram comentadas por especialistas de diferentes áreas.
O principal estudo consultado foi "The Shape of Jobs to Come" (como serão os empregos, em tradução livre), da consultoria britânica Fast Future (www.fastfuture.com), do qual participaram mais de 20 mil especialistas de 58 países. Ele aponta profissões que devem surgir nas próximas duas décadas.
O mapa do genoma humano é o avanço científico que mais impulsionará a criação de empregos, diz o CEO da Fast Future, Rohit Zahar, 49.
"Abrirá oportunidades para o avanço de diagnósticos e tratamentos médicos e reinventará o desenvolvimento de medicamentos", diz.

NO BRASIL
Folha teve, também, acesso exclusivo às previsões feitas pela TechCast (www.techcast.org), que reúne especialistas para definir tendências tecnológicas e quando sairão do papel.
No Brasil, quem traça as carreiras mais promissoras até 2020 é o Profuturo (Programa de Estudos do Futuro), da FIA (Fundação Instituto de Administração).
Em rodadas de opinião com mais de cem especialistas da academia e do mercado, a pesquisa "Carreiras do Futuro" define que inovação, qualidade de vida e sustentabilidade são cada vez mais prioridades nas empresas.
Esta edição especial revela as novas profissões citadas nessas pesquisas, ponderando quais estão mais perto da realidade brasileira. E mostra como o profissional pode se preparar para esse futuro.




ANÁLISE
Profissional unirá lógica e imaginação 
GILSON SCHWARTZ
ESPECIAL PARA A FOLHA 

U
ma nova palavra ronda empresas, governos e universidades: transmídia. O conceito nasceu nos anos 90 para designar o que viria depois da multimídia e ganha força para designar a confluência entre realidade e virtualidade, apagamento de fronteiras entre real, digital e ideal.
Não se trata só de usar várias mídias para contar uma história. Vai para o espaço a hipótese de distinção clara entre a imaginação, sua representação e a realidade.
Em boa parte das novas profissões apontadas por pesquisadores, as competências referem-se à habilidade de misturar algo da realidade, algo simbólico ou cognitivo e boa dose de imaginação.
Escolas, universidades, empresas e governos estão despreparados para a nova ordem transmidiática. Engenheiros e médicos são treinados para tratar do que é supostamente regido pela ordem cartesiana. Administradores, economistas, advogados e servidores gerenciam regras com base em códigos estabelecidos pelo hábito.
O profissional do futuro combinará lógica, reinvenção de regras e sensibilidade em lampejos da imaginação.
Atender a uma comunidade virtual da terceira idade ou inventar moedas são tarefas que não se resolvem só com lógica, prática ou imaginação. É preciso combinar tudo em atividades que são frutos de conhecimento, diálogo e inspiração.




VIDA PROGRAMADA


DNA dirá como evitar doenças
Genoma decifrado demandará auxílio de aconselhadores genéticos
MAÍRA SILVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 



Pode parecer estranho, mas a ciência vai ajudar a prever o futuro -desde os traços de um bebê que nem sequer foi gerado até evitar doenças que já estão escritas em nossos genes.
Desvendando cada vez mais o código genético, será possível saber que genes sofreram mutações ou são imperfeitos e antecipar a manifestação de doenças.
"Nessa especialidade há uma série de funções, como o aconselhador genético", afirma Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano, do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo).
Esse aconselhador interpretará as informações do sequenciamento genético para ajudar o paciente a fazer escolhas ao descobrir as mutações que seu DNA carrega e que podem causar doenças.
Zatz prevê que, em cinco anos, qualquer um poderá sequenciar seu genoma por R$ 1.000 -a consultoria TechCast concorda com ela.
Com o DNA decifrado, abre-se também o campo da farmacogenética. Estudando como cada pessoa reage a medicamentos, chegar-se-á ao tratamento personalizado, dispensando componentes desnecessários e que causem efeitos colaterais -as bulas serão aposentadas.


BEM-ESTAR NA VELHICE


Desviar de graves doenças deve aumentar a longevidade. Com mais -e melhores- anos de vida, será preciso investir na terceira idade.
A carreira mais popular do estudo da Fast Future é a de gerente de bem-estar na velhice, a que mais deve abrir vagas segundo 48% dos entrevistados. A pesquisa do Profuturo, da FIA, cita o conselheiro de aposentadoria.
Sua tarefa será planejar o bem-estar na terceira idade, incluindo finanças, cuidados médicos, viagens e até orientação para quem quiser abraçar uma segunda carreira ao se aposentar.
Segundo a Fast Future, ele deverá ser muito bem informado sobre legislação previdenciária, exercícios e dietas e avanços na medicina. Além de oferecer serviços como ir ao mercado e administrar a conta bancária dos clientes.

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