Pedro TriginelliDo G1 MG
O advogado Ércio Quaresma disse à imprensa, nesta quarta-feira (13) "eu não ameaço, eu faço", em referência à denúncia do Fantástico sobre possíveis ameaças que o defensor estaria fazendo ao goleiro Bruno e a amigos e familiares. A dentista Ingrid Oliveira, noiva do goleiro, disse que defensor orientou Bruno a tentar suicídio na cadeia. “Ele falou que teria sido orientado pelo advogado a cortar os pulsos pra ver se ele conseguiria algum tipo de regalia”, contou.
A noiva do ex-goleiro explica porque não procurou a polícia para denunciar as supostas ameaças. “Eu sinceramente, quando vi a primeira vez não senti medo dele, então eu queria ver se ele era realmente tudo que ele dizia ser”. Ela diz que pretende procurar a polícia.
Vítor de Almeida Carvalho, amigo de Bruno e que já foi procurador do goleiro, diz que também já foi ameaçado por Quaresma e afirma que houve transferências de dinheiro da conta de Bruno direto para a conta da mulher do advogado. “Lembro os valores, os valores foram R$ 104 mil, a primeira, R$ 25 mil a segunda e R$ 90 mil a terceira, que era uma previdência que o Macarrão tinha feito pro bruno onde era descontado R$ 30 mil do salário dele”, diz Vitor. De acordo com Vítor, o dinheiro não tem chegado à família de Bruno.
A avó, que criou Bruno, diz que o dinheiro era destinado à família. "O Quaresma não deu a ninguém esse dinheiro", afirmou.
Audiência
Mais uma audiência sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio está marcada para esta quarta-feira (13). De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), quatro testemunhas serão ouvidas.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, essas audiências estão sendo realizadas para que a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, de Contagem, tome conhecimento de todos os fatos do processo apresentado pelo Ministério Público e decida se os réus serão pronunciados ou não. De acordo com o TJMG, a magistrada pode decidir julgamentos diferentes para os acusados. Dessa forma, se houver uma decisão por um julgamento no Tribunal do Júri, pode ser que nem todos sejam julgados por este tribunal. E os crimes pelos quais os réus são acusados podem sofrer alterações no julgamento. O Tribunal de Justiça explicou que esta fase do processo não tem prazo definido.
Segundo o TJMG, quatro delegados que participaram das investigações do desaparecimento de Eliza Samudio prestam depoimento nesta quarta: Edson Moreira, Wagner Pinto, Alessandra Wilke e Ana Maria dos Santos da Polícia Civil de Minas Gerais
A audiência será no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a partir das 8h. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues preside a sessão.
O delegado Júlio Wilke, que participou das investigações, foi ouvido por mais de 13 horas na sexta-feira (8). Na mesma sessão, o adolescente envolvido no desaparecimento de Eliza Samudio também respondeu às perguntas da juíza Marixa. Em seu depoimento, o menor afirmou que o homem indicado como Bola pelo inquérito, e que está preso, não é o Bola que ele conhece. O adolescente ainda pediu desculpas por apontar o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos como o responsável pela morte de Eliza. O delegado Wilke disse, em seguida, que o menor indicou com detalhes a casa do ex-policial, em Vespasiano, e que o adolescente sabia até como eram os cômodos da casa.
Em Vespasiano, na quinta (7), nove testemunhas de defesa, que conhecem o ex-policial prestaram depoimento à juíza Ana Paula Lobo Pereira de Freitas. Todas foram unânimes ao dizerem que nunca viram o ex-policial Santos ser chamado de Bola.
Em Ribeirão das Neves, na quarta (6), cinco testemunhas foram ouvidas. Na sessão, Bruno passou mal e precisou ser levado à Policlínica da cidade, e depois, para o Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, após desmaiar duas vezes.
Entenda o caso
O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.
O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responderá por dois crimes. Bola foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.
A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário