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terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Holocausto deve ser matéria curricular obrigatória?

Ensino do Holocausto passa a ser obrigatório na rede de ensino de Porto Alegre
Especial para o UOl Educação
Em Porto Alegre

Aprovado por unanimidade nesta quarta-feira (15) pela Câmara de Vereadores, projeto que torna obrigatório o ensino da história do Holocausto nas escolas públicas municipais de Porto Alegre começará a ser implantado a partir do início do ano letivo de 2011.

“Nós ainda vivemos a sombra do Holocausto, uma sombra que não se dissipa e nunca se dissipará. É fundamental guardar esse período na memória, ainda que seja um dos mais pesados da história”, justificou o vereador Valter Nagelstein (PMDB), autor do projeto.

Com a adoção da proposta, Porto Alegre passa a ser a primeira cidade brasileira a oficializar o Holocausto como matéria curricular obrigatória. A medida já é adotada em países europeus e em várias cidades americanas.

Apesar da unanimidade, o projeto provocou polêmica. Doutor em psicologia escolar, o professor Fernando Becker criticou a imposição do ensino de qualquer conteúdo histórico específico. “Se formos privilegiar o Holocausto com força legal, amanhã aparecerão outros projetos para privilegiar a guerra do Vietnã, o 11 de Setembro, a guerra do Golfo, a guerra do Iraque, a Santa Inquisição, as ditaduras latino-americanas e a destruição do império inca”, disse.

Entidades judaicas de Porto Alegre apoiaram a medida. Para a Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firgs), a aprovação do projeto beneficia todas as minorias étnicas. “Devemos enaltecer a medida, que servirá como um alerta sobre o perigo das ideologias racistas e totalitárias”, avaliou o presidente da Firgs, Henry Chmelnitsky.

O coordenador da assessoria pedagógica da Secretaria Municipal da Educação (Smed), Manoel Ávila da Silva, apoiou o projeto. Segundo ele, por trás dos chamados "temas transversais" está a discussão para a superação de preconceitos. “Acaba [a medida] estimulando o debate contra o preconceito, evoluindo para uma mudança de comportamento. Se você debate a questão étnica, acaba também falando sobre outros temas importantes de tolerância, como o combate à homofobia”, justificou.

A secretária municipal da Educação, Cleci Jurach, também apoiou a proposta. “É uma oportunidade de aliar conhecimento com o respeito à diversidade. Vai ajudar [a combater o preconceito] porque 95% das nossas escolas ficam em áreas de risco”, sustentou.

O projeto deverá ser sancionado ainda nesta semana pelo prefeito José Fortunati (PDT). Depois de publicado no Diário Oficial, a lei já pode ser aplicada nas 55 escolas municipais de ensino fundamental e médio.


Fonte: UOL Educação

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